"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

segunda-feira, 11 de julho de 2016

segunda-feira, 14 de março de 2016

"Antes refém do que vazio, não é?(...)"
      Há dias em que sinto que realmente acordámos para não ganhar nada, apenas para perder (e, por vezes, muito). Hoje posso dizer que ganhei unicamente o meu lugar ao sol! Aquele lugar que tanto estimo, na cidade da minha vida, voltada para o rio e para o céu que tanto adoro!
Mas perdi. Sinto que perdi um bocadinho de mim, um bocado tão pequeno em mim mas que, afinal, já em muito me preenchia! Tenho pena que a vida assim seja connosco e, também por isso, temo o futuro. Mas sempre na esperança que o amanhã será melhor, mais rico, mesmo tendo a perfeita noção que tudo se irá acabar por perder um dia! A vida é mesmo assim, dá tudo o que um dia se perderá, e isto é tão certo como a morte!
      Pior do que isso, só mesmo ter-te ao meu lado e não te poder sentir! Não poder sentir o abraço e o beijo que fazem falta em dias assim. Isso é como sentir a morte a correr-me pelo sangue, é precisar de te pedir socorro e vida. Preciso que me salves do abismo, do aborrecimento e da tristeza, como o sabes fazer, com essa maneira tão sublime, esses gestos tão leves e suaves, e esse corpo quente que me prende.

Bastava-me a tua mão na minha e eu já me sentiria segura. Mas não, estás tão longe, tão fechado em ti, que me sinto inútil por não te poder trazer de volta a mim, com medo que me leves a mal.
      Mas uma coisa eu queria, que um dia viesses olhar o rio e o céu comigo, neste meu lugar ao sol, o qual teria todo o gosto em partilhá-lo contigo!