"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

segunda-feira, 19 de maio de 2014

"A amizade sente-se, não se diz."

E porque o passado, embora não passe disso, traz algo que nos faz relembrar de como fomos felizes ao lado de alguém que, despropositadamente, aparece à nossa frente. Mas a verdade é mesmo esta, é o passado que faz o nosso presente e é a isso que devemos dar valor porque, independentemente de esse alguém já não fazer diretamente parte do nosso quotidiano, da nossa rotina diária, não deixa de estar presente por completo. Há pessoas e momentos que valem realmente a pena lembrar, uma troca de olhares capaz de causar em nós uma certa melancolia ou até mesmo a vontade de nos aproximarmos novamente, só para sabermos um do outro.

O mais bonito, o melhor de tudo é mesmo saber que, apesar de, de algum modo, nos termos perdido um do outro, eu nunca te vou perder, e vamos encontrar-nos sempre e muitas mais vezes e, embora nesses encontros exista apenas o silêncio, não nos esqueçamos que é também nesse silêncio que se dá uma das mais bonitas conversas onde apenas os nossos olhos falam e, simultaneamente, nós os entendemos.

sexta-feira, 18 de abril de 2014




Se calhar perdemos demasiado tempo a pensar nas palavras e a tentar ligar os significados que cada uma delas possa ter, com o contexto em que nos encontrámos.
Começo a achar que nos entregámos demais a tal e achamos que sejam capazes de dizer tudo, de explicar e expressar exatamente o que é pretendido. Mas não, acho que às vezes o sentimento é demasiado forte para sermos capazes de o passar assim. Por muito que eu adore a escrita, por muito que eu viva de algum modo da escrita, por muito que resuma e dedique parte do meu tempo a esta arte, tenho a perfeita noção de que, por vezes, pouco é o que consigo passar a quem lê.
Por vezes, também, imensas são as ideias que me ocorrem, são inúmeros os assuntos e as palavras que gostava de escrever mas não consigo. Aí o defeito é meu. É minha a incapacidade de não conseguir exatamente o que quero, mas faz parte. Por outro o problema é também de quem lê, que não consegue interpretar o que era pretendido. A mensagem que chega ao recetor é a errada, isto porque nem todos dá-mos o mesmo sentido às palavras, nem todos lhe dá-mos o mesmo e o devido valor. Não estando eu com isto a dizer que, no que diz respeito a esta matéria, sou perfeita. Eu não o sou, antes pelo contrário. Deixei até de escrever para os outros e passei a escrever para mim. Escrever porque eu percebo o que escrevo, eu sei o que escrevo, e sei o porquê de escrever, enquanto que outros não conseguem entender.
Chego a ser eu mesma o meu próprio remetente.
Optei por nunca desistir. Nunca desistir de mim! Percebi que nem sempre vale a pena a minha paciência, a minha calma e rendo-me portanto ao silêncio das minhas palavras, estas escritas em folhas de papel minhas e só minhas.
Passei a falar ao vento, ao menos esse leva a mensagem, seja ela qual for, leva as palavras, e dá-lhes o destino que quiser e, principalmente, não as trás de volta! O destino é ele que lhes dá, a minha parte é “deitar cá para fora”, como se costuma dizer.

E nós vamos ser assim. Levados por tudo e por nada mas, afinal, o que nós precisamos é de um caminho, um destino então, o vento que nos leve juntamente com o tempo. Eles que tomem conta de nós.