"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

quinta-feira, 29 de março de 2012


Sabem o que é bom? Saber que existe alguém como eu. Alguém que para além de escrever sabe, também, usar as palavras e adequa-las a si, acima de tudo.
Ao contrário de muitos outros esta é a única maneira de uma pessoa se libertar totalmente, de contar sem medos, desabafar sem fim, sem receio de que algum erro pode ser cometido. Saber que apesar do que já passou isto é, simplesmente, uma maneira de arrumar o assunto. De marcar o momento, deixa-lo numa das tantas folhas do caderno tal como todos os outros. Embora esteja ali ficou arrumado, ficou para trás, e um dia quando quiser recordar tudo de novo até mesmo as coisas más, eu abro este caderno, leio o que aqui foi escrito e se calhar começo-me a rir, coisa que não aconteceu no decorrer de tudo isto.
É uma maneira de ter a certeza que um dia mais tarde, também me vou rir da vossa cara tal como vocês se riram da minha. Nesse dia eu vou perceber que não deitei nada a perder, que o que fiz foi tudo muito bem feito e que a escolha que tomei foi a melhor, embora não parecesse. E enquanto eu me estiver a rir de tudo isso vocês vão estar de lágrimas nos olhos, vão estar a crescer (espero eu). Vão acender um cigarro não por diversão mas por sofrimento, por revolta. Vão usar isso como uma maneira de se acalmarem chegando, por vezes, a «comer o cigarro». Mastiga-lo bem mastigado, bem enraivecidos, bem revoltados.
Com sorte um dia ainda abrem os olhos e percebem que esses amigos só estão mesmo aí para a ‘borga’, para uns charros, para uns copos e para umas quantas noites. Esses amigos não duram para sempre, sabes porquê? Porque esses têm pouco tempo mas já estão demasiado acabados. Já experimentaram tudo, quando crescerem realmente já não vão querer mais nada. Já nada os vais agradar, nem tu! Nem tu vais ser capaz de o fazer porque apesar de agora seres para eles um ‘bocado ainda grandito’, daqui por uns tempos vais ser um nada, rodeado de nada, e a viver do mesmo… de nada.
Eu acredito que um dia ainda vais perceber que isso pelo que passas-te não era sequer a adolescência, mas sim a infância. Eras demasiado infantil e não tinhas nem um bocadinho de adulto(a).

terça-feira, 27 de março de 2012


Hoje chamam-me e eu vou. Hoje podem e eu dou. Hoje não resmungo, não me importo.
Está tudo muito pacífico. Um dia completamente calmo.
Sento-me devagar, ando sem pressas.
Hoje, antes de me dirigir para esta cadeira e sentar-me em frente deste vício, dou a volta ao resto da casa, paro um bocado no sofá, outro bocado na cozinha, etc.
É um sossego. Não há preocupações. Não há ninguém em espera, só eu. Eu é que ando de um lado para o outro, á espera de alguma coisa, á espera que alguma coisa aconteça, á espera que alguma coisa chegue.
Algo diferente, algo que anseio, algo que me faz falta e que me vai fazer bastante jeito.
Eu vou continuar a esperar, vou tentar manter-me calma, mas sexta? Sexta eu vou ser uma pessoa diferente, sexta ninguém me vai aguentar, sexta já ninguém me acalma, porque sexta está para chegar e é tudo o que eu mais quero!

"Se um dia eu não te levo à lua
Nem que eu roube a lua,
Só para ti

Um dia eu vou jogar a bola
Ou vendo esta viola
Nem que eu morra que aqui
Mulher tu sabes o quanto eu te amo
O quanto eu gosto de ti
(...)"

segunda-feira, 26 de março de 2012


Conta as promessas que ficaram por cumprir e as verdades que se tornaram mentiras.
Olha as aves que caem. Às vezes descontrolamo-nos, perdemos o controlo e o bater de asas corre mal, falha e a queda é imediata. Não existe para-quedas, por vezes o que nos acontece é um milagre.
Hoje ainda não consigo dizer a maneira com que tudo surgiu, como tudo aconteceu, como tudo se tornou no que é hoje. Cais-te do céu, em direção aos meus braços e só me apercebi de te ter pousado no chão, dar-te a mão e começar uma nova fase, aliás, a melhor de todas, até agora.
Começamos a caminhada lado a lado, sempre próximos, por vezes um mais á frente do outro, mas sempre por respeito às outras pessoas que também queriam caminhar no mesmo passadiço. Sempre no mesmo ritmo, sempre a servir de apoio um ao outro.
O que acontece é que todos nós caímos mas podemos ter a sorte de ter alguém, lá em baixo, de braços estendidos para nos apanhar, para não nos magoarmos. Dispostos a ajudar-nos, outras vezes até mesmo sem esse propósito, pode acontecer sem querer mas acontecem, salvam-nos, e isso é bom. Outros deixam outra coisa qualquer para trás, para correr na nossa direção, para nos conseguirem apanhar.
A verdade é que é sempre assim, abandonamos uns para ir para outros. Para querer algo novo, normalmente, deixamos algo que é «velho», passamos a dar mais valor ao que é novo, e desvalorizamos um bocado o que vai ficando para trás até esquecermos.
Com o tempo vamos percebendo o que é melhor para nós, o que nos faz mais falta e o que realmente queremos. Vão existir coisas que dispensamos.
Muita coisa vai para o lixo, outras são encostadas a um canto e por lá ficam, a apanhar pó, com teias de aranhas e a perder a cor.
Essas são as coisas fracas. São aquelas que só estavam a ocupar espaço, só estavam a estorvar, porque existem outras, que apesar dos anos que possam ter não podem ser deixadas para trás, aliás, não as conseguimos deixar de parte. Tem de vir connosco, tem de continuar aqui. Essas são as melhores, são as que apesar de existirem fazem falta. São as que se vão conservando, e que apesar do tempo vão estando cada vez melhores, cada vez mais novas, cada vez mais bonitas. Sempre com mais cor, sempre vivas! Sempre nossas.

quinta-feira, 22 de março de 2012


Nós somos assim e assado. Ao mesmo tempo que agradamos uns, desapontamos outros. Enquanto há um motivo para sorrir, existem mil para chorar. Enquanto uns nos seguram, outros fazem o favor de nos atirar ao chão. Enquanto uns morrem, outros nascem e vivemos disto.
Vivemos de «sins» e de «nãos».
Somos tipo peixes, nadamos num lago e cada vez que avistamos alguma coisa á superfície dirigimo-nos até lá, com a intenção de matar a fome mas às vezes o que nos parece ter melhor aspeto é o que tem o recheio mais desconsolado. É o que nos deixa com um sabor amargo na boca e nos tira toda a energia e vontade de continuar. Deixa-nos completamente ‘moles’, abatidos, fracos. É como se nos destruísse por dentro. Ficamos completamente vazios e insatisfeitos.
Não existem medicamentos capazes de curar tal doença. A fragilidade não tem cura. Talvez sejamos demasiado sensíveis e nesta altura do campeonato já devemos estar preparados para isto e muito mais. Vamos, muitas vezes, ter de engolir coisas a seco e isso nunca nos vai cair bem.
Chega uma altura em que o estômago já não aguenta mais e nós, só de sentir o cheiro, perdemos logo o apetite, ficamos logo mal dispostos, enjoados, esfomeados mas ao mesmo tempo sem vontade para comer.
Não entra mais porcaria. Estou cheia.
É preciso estabelecer um controlo sobre nós próprios. Não fomos feitos com sensores portanto temos de estar atentos, só nós nos podemos aperceber do perigo porque não temos nada que nos alerte para tal. Temos de estar com mil olhos postos no caminho, ter cuidado com as coisas que nos parecem demasiado fáceis ou simples, por trás disso há sempre uma armadilha.

"Você virou a página? Pois eu já estou lendo outro livro!"

Sabes o que és tu no meio de todos os outros, nesse espaço onde convives habitualmente, com pessoas diferentes? És apenas mais uma, e não passas disso.
Queres marcar a diferença e já conseguiste, mas não da melhor maneira. Tudo negativamente.
Quando aprenderes a ver as verdades que os amigos te dizem com sinceridade e não com inveja és capaz de ter mais sorte. Se alguma coisa está mal em ti e te chamam á atenção para isso é porque preferem que faças boas figuras, é porque são teus amigos e não vão deixar que gozem contigo por causa de uma coisa que podes remendar num minuto mas tu és grande, és a maior e qualquer coisa que te digam é inveja, é dor de cotovelo. Olhas para ti e vês uma menina perfeitinha. Passas ao lado e ninguém se apercebe. Qualquer coisinha é perfeita para chamar a atenção, e tu fazes que qualquer coisinha seja motivo para terem pena de ti, para se preocuparam. Lamentas-te, choras, revoltas-te e acabas sempre por te render. Na verdade já reparas-te nas figuras que andas a fazer, na merda em que te encontras mas não percebes-te ainda que estás assim por tua causa, por culpa tua.
Nem tu sabes no que andas, já não sabes localizar-te. achas tudo estranho, tudo diferente mas não mudas, porque aos teus olhos todos os outros que continuam a passar por ti na rua é que mudaram, esses são os únicos que estão diferentes, pois tu, bem… tu estás a mesma menina querida, a mesma coitada, a mesma inocente, a mesma « fala barato» que pensa nos textos mas não pensa nas palavras. Aquela que quer mais e mais mas as coisas enquanto não lhe caírem aos pés, pouco se mexe.
Já nem sabes o que andas a fazer. Andas na «corda-bamba». Falta-te equilíbrio. Falta-te acordar. Lava esses olhos e acorda para a vida! pensas que esses queridos amigos que te dizem que és linda, querida, fantástica, etc, vão estar para sempre aí? A dizer sempre a mesma coisa?
O tempo passa e com ele tu vais também. Também passas de geração para geração. Também mudas. Não apontes o dedo, isso é feio, e mais tarde ou mais cedo vais ser igual ou até pior. Mentaliza-te que tens uma vida pela frente, e que se calhar o melhor está aí.
Falta-te crescer!

segunda-feira, 19 de março de 2012


És o tal, és aquele, és tu. És o chato de alguns dias, o querido de outros, o mimalho de imensos, o risonho de todos os dias, o brincalhão de sempre, a força desde o inicio e o companheiro de toda a vida. És o meu Pai. ÉS O MELHOR PAI DO MUNDO!

E debaixo do chuveiro mil e uma coisas podem acontecer.
Podem até chamar-me de ridícula mas é verdade, é o sítio ideal para descomprimir, para refletir, para relaxar e para pensar.
Ás vezes o que nos falta é lavar a cara e o corpo, remover muitas coisas que nele se enraízam.
Podes ficar-te pelo som da água a cair mas podes também optar por ligar o rádio e deixar-te levar. A música facilita-me o arranque, basta ser calma, doce e boa que os meus pés num instante levantam do chão.
Eu penso na letra e tento enquadrá-la em mim, a verdade é que esta encaixou na perfeição.
Não sei com que intuito a música foi escrita mas da maneira que eu a vejo a música é perfeita. A letra é linda, é determinante, é sentida. Eu senti-a.
Há situações em que convém que sejamos convictos naquilo que dizemos ou fazemos. Devemos ter a certeza do que pedimos e, cada vez mais, do que vamos pedir. Não vamos nem queremos perder tempo com coisas inúteis, preferimos avançar para aquilo que nos parece melhor e mais apropriado.
O tempo muda muita coisa e uma delas é a nossa mentalidade. Passamos a pensar de uma maneira diferente, a ver as coisas com outros olhos, a conhecer de outra maneira.
Antes acreditávamos que era uma cegonha que nos trazia e agora sabemos muito bem como é que cá chegamos e sabemos todos os processos, aliás, interessamo-nos por isso.
Agora eu acredito que é isto que eu quero, que és tu, que este é o meu futuro mas… e daqui por uns tempos? Como é que vai ser?
Este presente vai ser um “antes”, e eu queria nesse futuro próximo falar do que sinto hoje e poder dizer: “antes eu estava certa, eu disse que era isto que queria e é verdade, eu disse que eras tu, e é verdade, e disse que este é o meu futuro e também é verdade.”
E certezas? Não existem.
E coisas que não me preocupem? Não existem.
Querer não é ter, pois não? Não.
Agora é assim mas, e depois como vai ser? Não sei.
De que nos adiantam os planos se esses nos podem sair furados?
Vivemos de probabilidades. Eu até posso acreditar em alguma coisa neste momento mas daqui a cinco minutos podem dizer-me uma coisa que me leve logo ao contrário. Algo que me faça mudar de ideias, e isso é fácil.
Não temos alternativa se não cuidar e aproveitar enquanto dura. O futuro que nós imaginamos não é certo, aliás, nada o é.
Vamos tomar conta do presente como se não houvesse futuro.
Vamos tentar não insistir num futuro que pode nem existir. Vamos amar mais e mais, agora. Vamos dar ao máximo o que podemos dar. Vamos deixar que poucas sejam as coisas que nos passem ao lado. Vamos tentar aproveitar todas as oportunidades, todos os dias, cada minuto e cada segundo.
Vamos falar sempre de hoje e não de amanhã. Esse chega quando tiver de chegar.
Cada coisa a seu tempo. Não insistam.

domingo, 18 de março de 2012





E que estes dois termos se mantenham unidos. Que exista uma relação entre nós e eles!

Felicidades para ti. Felicidades para essa tua mania de ser mais que os outros.
Apetece-me dizer-te com todas as certezas de que isso já não te vale de nada. Que alguém já te conseguiu passar as palhetas, ficaste em segundo plano e isso não é nada bom para ti. Alguém conseguiu ser melhor do que tu e fazer aquilo que tu nunca fizeste mas deverias ter feito.
Pra ti o importante é ter, a partir do momento que tens esse trunfo na mão não paras.
Queres lá saber do que tens de valioso para livrar. Jogas á toa, sem consciência alguma do que andas a fazer. Depois existem as renuncias, onde em vez de assistires cortas, só para ficares com aquele “Ás” ou aquela bisca para ti. Queres é ficar com isso tudo, queres ter motivos para te gabar e aproveitas essas ocasiões enquanto não se apercebem da merda que fazes.
Avisam-te das más jogadas que acabaste de fazer ou que tens feito, mas tens sempre aquela pessoa que por acaso não assiste a nenhum jogo e te vai dizer que és grande, és superior, és inteligente. Aí tu continuas, afinal essa é a tua praia. Adoras isso, elogios é o que tu mais gostas de ouvir e asneiras é o que mais gostas de dizer.
É isso mesmo, continua. Provoca ainda mais. Tens sempre quem te diga que fizeste o teu papel muito bem feito, que foste uma grande menina e que não mereces gente dessa. Tens sempre esse mimo do teu lado por isso continua, embora isso só acabe ainda mais contigo.
Tens sempre quem te proteja da trovoada, estavas sempre a criticar, tinhas sempre que dizer mas agora essas pessoas dão-te jeito. Metes-lhes pena e elas caem na tua conversa. Abrigam-te das tempestades quando elas chegam em vez de te preparem para a chegada dessas.
Parece que tens sempre um segundo baralho no bolso, para que quando fiques sem cartas altas faças a tua batota e consigas sair a ganhar.
É preciso ter jeito e para isso tu realmente tens talento.
Essa é a tua vida.
Pobre coitada, um dia que te depares sozinha no mundo vais ser uma coitadinha que passou por muito mas, na verdade, não passou por nada. Vai chorando mas deixa de ser tão frágil, o pior ainda está para vir e ,se continuares assim, ainda morres á primeira

sábado, 17 de março de 2012


E eu queria que fosse assim todas as noites: os nossos corpos deitados lado a lado, a minha cabeça no teu peito e aquele abraço quente e doce que vem sempre a calhar.
Aquele quarto só para nós, onde no silêncio só se ouve a tua e a minha respiração. Onde de repente, durante o abraço e o reconforto de estar ali deitada contigo, tu dizes que me amas.
Desta vez não ao ouvido mas sim num tom mais alto.
Depois disso predomina, novamente, o silêncio, e eu continuo ali, com a cabeça pousada no teu peito a ouvir as batidas do teu coração e a pensar no momento. Como era bom estar ali, assim, contigo. Sem interrupções, sem mais ninguém.
Pensar na loucura que faz com que cada momento seja perfeito e diferente. A tolice de cada pormenor, em cada minuto.
Não existia preocupação. Não havia autocarro para apanhar nem tinha de dar justificações a ninguém. Era só eu e tu e o resto era algo sem importância.
É estranho porque sempre que alguma coisa deste género nos acontece as horas passam a correr. Eu sei que olhei para o relógio e ainda não eram quatro horas, e quando, depois, tornei a olhar já eram quatro e meia. O que nos sabe bem acaba depressa. Na verdade ainda tínhamos mais tempo mas de qualquer das formas já não era muito. Já estava a acabar e essa ideia nunca me agrada nada.
Custa ser a «desmancha-prazeres» que está sempre a dizer “está na hora” ou então “é melhor irmos”. É horrível ter de me contrariar a mim mesma. Estar a gostar, mas ter de tomar a iniciativa em ir embora. Ter de ser eu a terminar com o momento, mesmo que esteja a gostar e que me esteja a saber bem.
Há alturas em que não deviam existir regulamentos nem freimas.
A partir do momento em que nos deixamos levar devíamos chegar até ao fim. Passo a passo, no nosso vagar, na nossa calma e com o nosso jeito e sempre no nosso perfeito juízo, simplesmente, deixar!

Enquanto umas coisas avançam as outras ficam para trás.
Ás vezes não existem recompensas, só exigência e rigor em trabalho. Não dá para parar, não dá para repousar. A pressão vai aumentando, e o tempo já é escasso e temos de conseguir conjugar umas coisas com as outras, e não lhes importa a dificuldade que possamos ter nisso, ou o trabalho que isso nos pode dar.
Supostamente é para o nosso bem e a nossa obrigação é cumprir, o problema é que às vezes não dá mesmo.
Talvez seja falta de vontade com um pouco de falta de tempo. A partir de agora o tempo vai ser contado hora a hora e, provavelmente, algumas vezes minuto a minuto. Vamos ter de arranjar maneira de não nos despistarmos pelo caminho, seguir sempre na mesma faixa e, sobretudo, tentar melhorar tudo neste curto espaço de tempo.
Se for possível, dar o nosso melhor e mostrar que somos capazes e que é isso que queremos. Mostrar que estamos nisto e que queremos cá estar e continuar.
É altura de previsões, onde uns andam para a frente e outros para trás, simultaneamente. Já não se liga aos sinais de stop, não há tempo para parar. Mesmo que o semáforo esteja vermelho não se para, afinal acaba por ser uma maneira de nos perdermos e de ficar para trás. Estamos numa altura do campeonato em que já se trata um bocado de competição e isso não permite deslizes.
É a etapa final e essa é a que custa sempre mais.

sexta-feira, 16 de março de 2012


É o teu mal, e o de milhões de pessoas.
É um bocado difícil lá chegar, mas tudo se consegue com jeito e com tempo.
É pena que a vossa base sejam histórias de encantar e/ou desenhos animados com histórias demasiado felizes. É pena que nessas histórias só vejam isso e não vejam que são enganadoras. Se calhar o objetivo ao criarem histórias assim é mesmo facto de serem diferentes, afinal de contas não existem finais felizes, existem só finais. Só o facto de esses existirem é triste e quando chegam é, normalmente e para pelo menos uma das personagens em cena, um desastre.
É isso que vos falta, perceber que há coisas que não passam para da televisão para o nosso lado. Há coisas que não ultrapassam a ficção.
Eu não digo isto com satisfação, até porque também acho isso uma estupidez, e quem me dera a mim que uma história que comece jamais acabe. Queria acreditar que a partir do primeiro momento, do primeiro beijo vai ser tudo melhor e vai ser sempre mais. Vai ser sempre a crescer e nunca a diminuir. Quem me dera que não existissem descidas, e que fosse tudo a subir, mas a verdade é que nada é assim. Nada é definitivo e nós já devíamos aprender a lidar com isso. Embora custe a única alternativa é aceitar e passar á frente, na espectativa de que melhor está para vir e até lá só temos de continuar o nosso caminho.
Temos de acreditar nas nossas capacidades e no futuro. Temos de confiar, e mentalizarmo-nos de que somos capazes e que conseguimos ser superiores.
Aprendam a distinguir as coisas. tão depressa está tudo bem como de repente já está tudo mal. É como o tempo: tão depressa está sol como num instante começa a chover.
E o quê que tu fazes nessa altura? tentas abrigar-te, então tens de fazer exatamente o mesmo para o «primeiro caso», quando te deixarem tens de arranjar outro porto de abrigo.
Isto não significa partir logo para outro, significa seguires porque ainda vais encontrar alguém que te ajude a construir uma cabana, e alguém te que te dê um lugar ao sol e se calhar alguém que te trate como tal.
E vês? É só ir buscar casos reais, apesar desses serem sempre um pouco negativos a esperança nunca falha e essa vai, de certa forma, tornar as coisas mais positivas.

quarta-feira, 14 de março de 2012



não é fazer mais ou melhor, é fazer igual.

Para quê fazermos planos, se quando chega o momento é tudo diferente?
Eu gostava de acreditar que vai ser assim, exatamente como eu pensei. A imagem igualzinha á que eu criei mentalmente, mas não. isso na verdade não acontece. Pode até ser melhor, pode ser idêntico, mas igual não é.
Naquela tarde aquela era a única rapariga sentada naquele banco de jardim. Á volta só se encontravam os velhos do costume, já como se estivessem em casa. Viam-se as crianças no parque e os pais, geralmente, novos a dar-lhes lanço no baloiço, a empurra-los no escorrega e outros a tirarem fotos.
Embora a rapariga já estivesse habituada a passar por ali, a passear aquelas ruas todas não estava minimamente confortável. Estava sozinha, ali, sentada e não sabia o que fazer, nem sequer onde meter as mãos, para onde olhar ou fazer o quê.
Por incrível que pareça tudo aquilo era estranho, até aquele centro se tornou diferente naqueles curtos minutos. Foi possível ver aquele sítio com outros olhos, e perceber que realmente estar sozinho não vale de nada.
O sol era quente demais e a sombra era um bocado fria. Não se estava bem de maneira alguma, e o facto de estar ali sozinha ainda tornava tudo mais incomodo. No momento pensou em tirar o caderno e começar a escrever, mas pensou que aí as coisas se calhar se tornassem ainda mais estranhas ou mais fora do normal, então pensou em arrancar de dentro da mochila o livro e começar a rever a matéria para o teste do dia a seguir, mas na verdade acabou por não optar por nenhuma.
Foi difícil naquele momento tomar uma decisão. Não parava quieta um bocadinho, ou mexia uma perna, ou um pé, ou a mão e tirava sempre o telemóvel do bolso mais pequeno da mochila para ver se alguém se lembrava de falar, e também para disfarçar um bocado e tentar fugir, de certa forma, á situação ‘parva’ pela qual estava a passar.
Aos olhos de qualquer pessoa que por ela passavam talvez fosse normal. Na verdade os homens só olhavam para as pernas e as mulheres apreciavam o vestido.
Não é hábito andar de vestido e sair daquela forma á rua, pelo menos a um dia da semana, para mais um dia de aulas. Um dia completamente normal.
A ideia não era de todo chamar á atenção, mas parecia que era isso que estava a acontecer.
Basicamente qualquer pessoa olhava, ou pela complexidade com que, aparentemente, mostrava estar ou pelo simples facto de estar ali, sozinha, aquela hora. Por norma uma hora em que uma maioria se encontra em aulas.
Os olhos de quem, para ela, olhava pareciam fazer, de uma maneira subentendida, a pergunta: “o que faz uma rapariga, aqui, assim?”
Era tudo demasiado estranho para entender e ainda pior para explicar.
A verdade é que só estou a conseguir contar este «episódio», mas não consigo dizer o sentimento que me corria pelo corpo naquele momento, o que os meus olhos viam nem dizer o que estava ali a acontecer e a fazer. Sim, a rapariga era eu, e podem acreditar esta foi uma sensação particularmente estranha, e difícil mas passou, tal como tudo.

domingo, 11 de março de 2012


A originalidade e/ou criatividade é uma coisa que deve vir de nós, não dos outros! (;

É como jogar um jogo.
A meta é o nosso ponto de partida. Vamos passo a passo, tanto subimos como descemos, e como é costume as subidas custam sempre mais do que as descidas, a verdade é que uma não existia se não existisse a outra.
Enquanto seguimos o nosso caminho vão aparecendo uns bichinhos que se nos picarem ficamos sem uma vida. Esses aparentemente são sempre maiores do que nós, mas se nos esforçamos conseguimos ser-lhes superiores. a ideia é matá-los, carrega-se na seta para a frente e no espaço para saltar, e pisámo-los. Pelo caminho vamos apanhando um ‘bónus’ (uns corações, umas moedas, umas flores, …). De repente já é mais um nível conquistado. Passamos ao próximo e a história é a mesma, o que muda é a distância, vai sempre aumentando, vai sendo sempre maior, os bichinhos também vão sendo mais. Acabamos por ter de passar mais vezes por cima dos outros, superá-los.
Esses bichinhos são os problemas.
Na nossa vida quotidiana esses nunca estão em falta.
Por incrível que pareça, esses devem ocupar um espaço bem maior que a felicidade, embora que essa, por mais pequenina que possa ser não deixa de ser melhor, mas lá está, até ela nos dá problemas nem que seja pelo simples facto de ser “pequenina”. E eu cada vez mais acredito que enquanto que os problemas nos correm o corpo todo a felicidade só nos ocupa a cabeça, e a maioria das vezes, após algum tempo, acaba por nos escorrer pelos olhos já como desilusão.
E aí? É mais um problema. Esses vão sendo cada vez mais e é uma pena, porque quanto a isso não podemos fazer nada. Não nos adianta mexer uma palha, simplesmente ir procurando alguma coisa que, embora tenha problemas seja definitiva. Seja minimamente boa, e que saiba bem melhor, nem que seja pelo simples facto de o inicio estar bem mais distanciado do fim, até porque uma caminhada a dois é mais fácil e mais saudável que qualquer outra.

quinta-feira, 8 de março de 2012


Hoje a sorte passou-me á frente dos olhos. Partiu mesmo como para “meter nojo”. Não foi provocação desse lado, foi sim borrice da minha parte. Eu sei que a tive na minha mão mas deixei-a fugir por entre os dedos.
Fiquei em terra, e tudo por uma razão de escolha.
A minha vontade era ir, mas não podemos querer tudo, e temos de aceitar o facto de não sermos nós a mandar. Ainda não é tudo á nossa maneira, não é tudo como queremos.
Não podia ter sido pior chegar e ver todos de malas aviadas, e eu ali, de mochila às costas, com todos os livros e mais alguns, de resumos na mão pronta para começar logo por um teste.
Durante o dia repete-se imensas vezes a frase: “ por esta hora podia estar longe, podia estar feliz, podia estar a distrair-me, a fugir á rotina. Podia estar lá!”.
Essa era a minha vontade, e talvez uma necessidade. Fugir á rotina é se calhar o que me falta fazer. Deve ser mesmo a solução, pelo menos por uns tempos. Ás vezes falta libertarmo-nos do que temos agarrado a nós todos os dias. Mudar de ares, longe. Tirar um dia para nos divertirmos, de uma maneira diferente.
É uma quinta-feira, um dia de trabalho, e não um dia de lazer, mas esta quinta-feira podia ser mesmo um dia desses! Onde não existissem preocupações, stress em estudar, arranjar a mochila, fazer trabalhos de casa, ajudar no jantar, deitar a horas (…). Passar a noite na «galhofa», partilhar uns quantos cigarros. Um dia perfeito para desanuviar.
Eu ainda espero por uma quinta-feira assim, por uma próxima.

quarta-feira, 7 de março de 2012


Cada vez passamos mais tempo a dizer «eu queria, mas não posso». Os dias estão para isto.
Já viste bem como é que andamos ultimamente? A maneira como lidamos um com o outro. A afinidade que existe agora, como nunca antes existiu.
Sinceramente não há nada a dizer, é estranho, mas é completamente bom.
Acho que era isto que nos faltava e tu conseguiste perceber isso, e foste tu quem tomou a iniciativa de reatar as coisas. Isso deixa-me ainda mais feliz.
Sinceramente a tua personalidade é demasiado forte, isso não deixa de me agradar mas a verdade é que é difícil lidar com isso, e nunca pensei que fosses ‘dar o braço a torcer’.
Eu sempre acreditei nisto, sempre acreditei em ti. sempre soube que também tens sentimentos, e por isso algum dia irias acabar por perceber que isto vale a pena. Que é verdadeiro e que não há nada a perder.
Damo-nos bem, porque que isso havia de mudar? Não há razoes, nunca houve.
Sabes quando tu tomas a iniciativa, quando me dizes “olá” , sem eu te dizer nada, quando vens ter comigo quando eu não te chamo, quando te ris para mim mesmo que eu te olhe de lado, quando eu estou numa mesa algures atrás de ti, e tu te vais virando para veres se continuo ali, ou se já cheguei. Quando antes não gostavas muito dos meus amigos, e agora vens para o nosso meio, jogar cartas. Não disfarças o nervosismo, nunca o soubeste disfarçar. Estavas ali sentado, á minha beira mas com aquela perna direita sempre a tremer, sempre para cima e para baixo, e as mãos sempre a tremelicar, até mesmo quando te ajudava a jogar, e por acaso a minha mão tocava na tua, a tua não parava, e eu sentia-a ainda mais. Aí eu olhava para ti, tu para mim, eu sorria e tu coravas.
Sabes é bonito apreciar estes teus pormenores que sempre existiram, mas que sabe sempre bem saber que continuam a existir.
As bocas dos colegas a dizer: “ele está a ficar nervoso”.
Tinha saudades de reparar em todas estas coisas, e principalmente enquanto estavas ali, ao meu lado. Eu nunca tive duvidas de que realmente podíamos ser mais, podíamos dar mais e que eramos capazes.
Eu só te quero agradecer por nunca me teres largado a mão, e que embora seja mais brincadeira do que outra coisa, tu és um grande amigo. Tenho bem presente todas as conversas e cada conselho.
OBRIGADO!

terça-feira, 6 de março de 2012




Eu queria acreditar que sim, que vai dar, que vou conseguir que vou acabar, mas sinceramente cada vez se torna mais complicado.
É quem mais nos diz que vai ser ainda mais difícil daqui para a frente, que vamos ter de nos esforçar, que vamos ter de fazer isto e aquilo.
Passa-se uma coisa, para mim já é difícil, já me esforço e mal vejo resultados, e sinceramente estou a perder tudo o que alguma vez podia possuir para que tudo corre-se bem.
Estou a referir-me a tudo. Está tudo igual, qualquer assunto é uma desgraça.
Já não se sabe se valerá a pena ou não, já não se sabe se o melhor é ter mais ou menos coisas para que daqui para a frente seja melhor ou pior.
O melhor mesmo, para agora, é erguer a cabeça sorrir como se tivéssemos todos e mais alguns motivos para o fazer e fingir que se anda bem. Fazer de conta que vemos o país e o mundo como uma coisa maravilhosa.
Quero abrir os olhos e continuar a sonhar com a minha vida bela. Quero sonhar de olhos abertos, é a única maneira de conseguir ver o mundo como algo agradável. Olhar para mim de uma outra maneira.
Falta-me acreditar que tudo vai melhorar, faltam-me provas, preciso de mais alguma coisa, preciso que me mostrem mais e melhor.
Preciso de saber que vale a pena, preciso de saber que vai correr bem. preciso de certezas.

segunda-feira, 5 de março de 2012


Eu tenho um pé que anda sempre atrás.
Quero com isto dizer que sei o que é confiar e sei fazê-lo. Sei e acredito em muita coisa, mas é impossível acreditar em tudo.
Desculpem mas não dá.
Estou pronta para novas oportunidades, quero novas experiências, quero aventurar-me de novo mas não quero ver as coisas como sendo fáceis, se elas não são.
Acho que é uma maneira de me induzir em erro desnecessariamente. Se sei que isso não é saudável porquê que me vou tramar?
Eu quero e tento acima de tudo acreditar e confiar em mim, e isso ajuda-me. Se sei que é mau para quê que vou adquirir?
Ás vezes escorregamos. Deslizamos em coisas tão parvas, tão óbvias que no final acabamos sempre por dizer como é que foi possível isto ter acontecido? Como é que eu deixei?!
Vês? Porquê confiar 100% nos outros se nem nós mesmos confiamos no que fazemos, no que vamos fazer, no que acontece ou que havemos de fazer acontecer?
Como é que eu posso sentir-me segura numa pessoa se ás vezes nem estou segura comigo mesma?
Por muito que te diferencies no meio de qualquer outro, por muito que confie em ti, por muito que acredite no teu sim, acredito também que existe um não.
Marcas a diferença em mim, mas não deixas de ser humano como qualquer outro. Sendo humano também erras, também cais, também desapontas, também tens direito de falhar, e não vou condenar ninguém por isso, só quero com isto que percebam a minha insegurança. Não sou nem nunca fui de ferro, por isso tento ao máximo fazer com que nada de mal me aconteça. Com que não me magoem sempre.
Há coisas que podemos prevenir, se o fizeres a probabilidade de saíres a ganhar é maior do que a probabilidade de saíres mal e a perder. Tenta, pelo menos uma vez na vida. Não é por isso que vais passar por ser desconfiada(o) ou fraco, cada um vê as coisas da maneira que quer, mas também vais ter alguém que te entenda, que te apoie e que te ajude.
Não tens nada a temer.

domingo, 4 de março de 2012


Hoje começou um novo dia, sim mais um. Um estranho. Cheio de comemorações, sentimentos e emoções.
Hoje faz anos que partiste, e como já disse: já lá vão cinco anos, e ainda me parece que foi ontem.
Sabes? Lembro-me perfeitamente, estava um dia assim, até pior. O céu estava mais cinzento, e a chuva era mais. Hoje há qualquer coisa aí em cima que está a brilhar, e eu tenho quase a certeza que és tu!
És não és?
Eu sei que tu me estás a ver. Estás a ver-me a chorar enquanto escrevo.
Eu estou a escrever-te, e tu estás a ler desde que comecei. Eu não quero que estejas sentada ao meu lado, quero que estejas aí, porque eu sei que aí é possível, aqui não, e sinceramente é melhor para mim. Tenho medo, e tu sabes disso. Tu estás todos os dias comigo, e sabes bem o que é para mim estar sozinha em casa, e sabes porquê que isso acontece. Sabes que és tu!
Conheces-me desde pequenina, sabes perfeitamente a piegas que eu sou, a menina medricas que cresceu mas que continua a mesma cobarde de sempre. Já andas-te comigo ao colo imensas vezes, tu sabes bem, e eu sei que nem precisava de dizer nada porque tu estás atualizada de tudo e tens sido a primeira a saber das coisas. Disso eu não tenho duvidas.
Será que sentes tantas saudades como eu? Será que choras por mim, como eu choro por ti ou será que choras comigo?
Se calhar estás fartinha das minhas lamechices, de me ver a chorar, mas sabes que me custou e que me custa. Sabes que não é por ser o dia que é, mas sim por seres tu! Sabes que isto dói. Independentemente de já terem passado cinco anos não deixa de ser ‘fresco’. Parece-me tudo muito recente, as feridas não saram. E quando eu olho para ti? Quando eu olho para ti dá-me ainda mais vontade de te ter aqui.
Queres saber uma curiosidade? Aliás já te deves ter apercebido, mas deixa-me contar-te: estou completamente surpreendida com isto. Eu desde o inicio, e até mesmo antes de partires eu sabia que ia sentir muito, mas nunca pensei que fosse tanto. Era uma relação muito boa, mas podia ser ainda melhor. Eras a segurança em cada passeio, eras quem me dava a mão, quem me levava ao colo no carro só para que eu pudesse ir na janela com o meu «vira-vento». Lembras-te do lanche que fazias para nós todos, quando nos ias buscar á escola? O entusiasmo com que comíamos aquilo. Lembras-te da canção que cantavas enquanto limpavas, e fazias a tua vida de casa? Lembras-te que nós nos riamos sempre dessa canção? Fazias-nos tão bem, tão felizes!
É sempre assim, quando perdemos as pessoas é quando vemos o VERDADEIRO valor das coisas. Eu já tinha uma ideia de tudo, de tudo o que era e de como ia ser nesta ocasião, mas é sempre mais do que o que pensamos.
Eu sinto isto tudo, mas sinto que estás comigo, sempre. E estás mesmo.
És motivo suficiente para me deixar a chorar, basta dizer ou ouvir a palavra: avó.
Tu cravas-te bem a tua marca, tu tens o teu significado. Tu tens imenso de mim, tu tens o lugar. Tu és tu. Tu és o que foste até agora, tu fazes-me falta!