"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012





Bem a diferença está em eu ver-te mesmo como um diário. És como um poço de segredos, o poço dos meus segredos e sabes ás vezes eu tenho medo, medo de fazer mal em depositar tanto em ti, a minha mãe sempre me disse que há coisas que mais ninguém precisa de saber, coisas que podem perfeitamente ficar para nós. Eu consigo guardar para mim, consigo mas adoro falar, adoro ter alguém em quem posso confiar, alguém que esteja ao meu lado para me ouvir o problema é que ás vezes acabo por falar demais e dou conta disso. Antes de falar eu penso, penso se irei fazer bem ou mal mas és tu, que mal poderia ter?! (tanto mal como dizer a outra pessoa qualquer).
Todos nos descuidamos, todos erramos, todos mentimos. Ás vezes é difícil calar, outras vezes sai-nos da boca para fora e só depois é que percebemos que deveríamos ter estado calados.
Bem, as palavras tem muito peso em nós, ás vezes são inofensivas mas nós nem sempre entendemos a mensagem outras vezes são palavras a mais. Sabes, eu falo porque gosto de informar, informar quem caminha ao meu lado, quem merece saber. Saber de quase tudo, o problema muitas vezes é saber demais. Problema meu, mais uma vez.
Eu só não quero esconder nada, quero falar mas falar de coisas que acho necessário, prefiro contar o que não é importante só por jogar pelo seguro, para que depois não se saibam por outros meios ou pessoas, prefiro ser eu! No fim eu posso dizer, “eu disse.” E em contrapartida o outro diz-me “descobriste”.
É um jogo? Será que a ideia é andarmos todos a brincar ás ‘escondidinhas’?
Só uma coisa, eu posso ter entrado no jogo mas estou desde o inicio á procura de factos reais, da realidade. Bastam de ilusões, ninguém vai ser perfeito assim, aliás ninguém vai ser perfeito, ninguém o é.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


O jeito simples e leve com que me agarras, com que me pegas nos braços mantendo-nos abraçados. O significado de cada um desses abraços, cada beijo, cada momento! A intimidade, o desejo de ‘mais, sempre mais’, a vontade de nos fazermos felizes um ao outro.
O sentimento que não para de crescer, o amor que toma conta de nós, que nos envolve e nos faz completamente felizes! O esforço, a coragem, a AMIZADE, a CONFIANÇA, toda a segurança, o à vontade e a fantástica companhia! Obrigada, por tudo!


quinta-feira, 29 de novembro de 2012



As soluções nem sempre se estudam, por vezes a resolução de cada problema está em nós. Cada um tem a sua maneira de resolver, de chegar ao fim sem errar num número que seja. Se calhar esse é outro problema: haver muitos números. São muitos os cálculos, as contas, os métodos, as tabelas, gráficos, etc. Acaba mesmo por ser uma tremenda confusão, como se estivéssemos perante um quarto completamente desarrumado, que nos leva de imediato a uma vontade de desistir, virar costas, bater a porta e partir para outro! Procurar um problema melhor. É isso que todos acabamos por ter vontade de fazer, esquecendo que, embora melhor, não deixa de ser um problema, não nos deixa de dar dores de cabeça. Vai haver sempre aquele dia em que a vontade de desistir se vai apoderar de nós, vai deitar-nos no sofá, de cabeça pousada na almofada de lágrimas nos olhos.
Aí nós pensamos como é boa a matemática. Como é bom ter uma solução para cada problema nas últimas páginas do livro manual, que dê para serem consultadas após imensas tentativas, após tantas voltas. Que sirvam para pôr fim àquilo e que por vezes, só de ver o resultado chegamos logo a uma conclusão, conclusão essa que será, muito provavelmente, a solução ideal, a perfeita, a pretendida!  
É difícil o facto de na nossa vida as coisas não serem como nos livros, relativamente a tudo, a todo o tipo de problemas. É chato esperar que o amanhã seja a solução e isso nem sempre acontece e, em contrapartida, nos traga mais um problema.
O problema é mesmo esse, é existirem tantos problemas, é somarmos mais um ou dois aos que já existem e que nem sequer foram debilitados.
A conclusão que hoje tiro é que, muito provavelmente, nós somos o grande problema, e só de pensar que não nos conseguimos resolver, que não nos entendemos a nós mesmos, eu fico bastante preocupada. E, agora que penso, tento encontrar uma solução, o que acaba por ser uma missão com um nível de dificuldade um bocado agravado uma vez que somos seres bastante problemáticos.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012


Na atualidade o julgar saber é cada vez mais um dos maiores erros. A vida é feita de julgamentos. Eu sempre pensei que esses fossem a favor da justiça mas enganei-me.
As definições já não nos dizem muita coisa, a sociedade mudou tudo, e em todos os sentidos!
Hoje se não for do nosso conhecimento, não vale a pena mas as pessoas julgam, mais uma vez, que essa é uma questão que muda conforme o tempo.
Eu não me oponho, tenho a perfeita noção que o tempo é capaz de mudar tudo e que tudo muda com o tempo, mas no meio de tudo isto, as pessoas não tem noção do que é isso de tempo.
É tudo muito negativo, tudo bastante errado. As pessoas agem com rancor, fazem para chamar a atenção esquecendo que tudo isso lhes fica mal.
Hoje muita gente se esquece que a vida nos avalia em três parâmetros fundamentais: Saber ser, estar e fazer. A verdade é que a maioria de nós já não sabe nada.
Não vou discutir no que somos piores ou melhores, não adianta. Limito-me a dizer que já fomos melhores e que podíamos sê-lo, atualmente.
Porquê? Porque hoje não sabemos o que fazemos, não sabemos quem somos e, andamos de tal modo perdidos, que não sabemos onde estamos, nem como estamos!
Hoje , a maioria de nós cai pelo próprio pé, o que é ainda mais triste. Parece que passamos novamente ao preto e branco. Já nada tem cor, já nada tem vida. Já nada faz sentido!


segunda-feira, 12 de novembro de 2012


Porque cada dia é um dia e há que saber aproveita-los. É mais uma oportunidade que a vida nos deu. Se calhar para fazer o que podia ter sido feito ontem mas que por alguma razão não foi feito, mais um dia para arranjar a coragem que ontem não era suficiente, um dia para avançar. Mais um passo, um passo para corrigirmos os erros de ontem, desculpar-nos da estupidez que foi feita ontem, aceitarmos o que ontem recusamos de cabeça quente.
O hoje serve para pensar, para nos levar a agir, para nos levar a continuar sem temer o passado, sem medo que ele volte, de certa forma. Um dia para por os pontos nos Is, para largar o que nos faz mal e correr atrás do que queremos e nos faz bem, pelo menos por agora. Sempre com calma mas também sem perder muito tempo. A vida não pode ser desperdiçada de qualquer maneira, não vamos chorar por coisas parvas, não vamos parar por ontem ter corrido mal, NÃO! Vamos levantar a cabeça e tentar fazer com que o amanhã seja melhor, com que cada “hoje” valha a pena . Vamos dizer olá aos obstáculos, sorrir-lhes, cumprimenta-los e por fim dizer-lhes Adeus com um sorriso ainda maior.
Vamos ser felizes, de uma vez por todas. Vamos tomar conta de nós e deixar que os outros tomem conta de si?! Vamos acordar, mas acordar realmente. Pôr os pés no chão, como quem realmente põe os pés no chão? Vamos tornar os sonhos realidade, trabalhar para nós, estudar o nosso futuro. Vamos marcar pontos, vamos aprender a autoavaliar-nos e deixar de mentir. Começar a ter consciência de onde erramos, de onde somos piores ou melhores. O objetivo não está em sermos bastante rigorosos nem em andar sempre na linha, como se costuma dizer, mas sim sermos nós mesmo! Pisar o risco, e admitir que o fizemos. Vamos ser em condições, por favor. Vamos saber aproveitar cada oportunidade, porque amanhã? Amanhã pode já ser tarde demais!


sexta-feira, 9 de novembro de 2012



"Eu gosto de quem facilita as coisas. De quem aponta caminhos ao invés de propor emboscadas. Eu sou feliz ao lado de pessoas que vivem sem códigos, que estão disponíveis sem exigir que você decifre nada. O que me faz feliz é leve e, mesmo que o tempo leve, continua dentro de mim."



quarta-feira, 31 de outubro de 2012

1 ano. <3

Eu não vou explicar nada. Os sentimentos não se explicam e o amor, simplesmente, não tem explicação.
O que eu sinto por ti é isso, é algo sem definição possível, só podemos dizer que é positivo, bastante positivo, até.
Hoje é um dia especial, obviamente, é como se uma nova etapa fosse começar, digo isto porque é diferente, dá-se valor ao facto de já terem passado 365 dias e nós continuarmos unidos mas nesta frase o único objetivo é “continuarmos unidos” e não os “365 dias”, afinal nós não estipulamos prazos, nem datas, o tempo não tem interesse mas sim importância. Importa-me fazer com que cada dia seja, por si só, mais um dia para nós, para a nossa história, para remendar os erros de ontem ou “fazer o que ainda não foi feito”. Cada dia é mais uma experiência, seja bom ou mau, é um dia, um dia que é nosso, que nos pertence, que se não existisse nos iria fazer muita falta.
Ser sempre ou tentar que cada dia seja melhor é o nosso objetivo, é certo que às vezes falhamos mas isso afinal também faz parte e nós não somos perfeitos, nós estamos a melhorar, nós tentamos e se hoje não resultar? Amanhã certamente será positivo, daí o facto de um dos outros objetivos seja fazer com que esta história não seja substituída por mais nenhuma. Que esta história não acabe, porque gostámos verdadeiramente um do outro, daí, juntos, trabalharmos para mais uma quantidade de anos, ou pelo menos tentar trabalhar para isso pois, como sabemos, não existem garantias nem certezas de nada mas, por agora, uma quantidade de anos é tudo o que queremos.
Tu fazes parte dos meus planos, tu és um dos meus principais objetivos, eu quero muito que faças parte do meu futuro da melhor maneira possível, que seja a personagem principal. TU ÉS TUDO AQUILO QUE EU MAIS QUERO.




segunda-feira, 29 de outubro de 2012



Sim, às vezes calámos, fechamos a boca e não a abrimos, talvez por medo, se calhar para não estragar as coisas, se calhar como uma maneira de agradar os outros, para evitar desentendimentos, etc. Às vezes acreditamos que somos capazes de aguentar calados, decidimos experimentar, ficamos a moer por dentro, ficamos mal, na verdade.
Como é óbvio só nós entendemos, só nós é que sabemos porque é que agimos assim e não de outra maneira, os outros limitam-se a julgar a nossa atitude, acham-na péssima mas não pensam como seria se tivéssemos dito alguma coisa.
Acaba por ser sempre assim porque, simplesmente, cada um é que sabe de si, cada um sabe o que sente no momento, cada um tem a sua maneira mas já todos nos calamos com medo de fazer asneira, e isso, eu entendo! 



domingo, 21 de outubro de 2012


Aproxima-te e fala-me novamente ao ouvido. Diz-me palavras de amor, confessa-te, mostra-te!
Derrete-me com aquela suavidade com que transmites cada palavra, aquela calma. Aproveita o momento, surpreende-me com a espontaneidade com que me calas a boca com essas frases bonitas seguidas de um beijo! Respira ao meu ouvido fazendo-me arrepiar, dá sinais de ti e do que somos. Nunca evites em falar: liberta-te, expõe-te! Não sabemos o dia de amanhã, deixa-me regressar a casa satisfeita ou deixar-te ir embora com a certeza do que existe e do que sentes. Faz-me apaixonar ainda mais, faz-me bem, faz-me ser, cada dia, mais feliz!

AMO-TE!



domingo, 7 de outubro de 2012


Eu também já desejei que o tempo parasse ou que voltasse atrás, ás vezes para corrigir o que foi feito ou dito, outras porque me ia saber bem passar novamente por aquilo, viver aquilo novamente. Agora acho mais entusiasmante o facto de não tirarmos os olhos do relógio porque estamos a contar as horas, os minutos e, às vezes, os segundos que faltam para algo acontecer.
 Ainda hoje sinto qualquer coisa dentro de mim, que mexe comigo e me deixa ansiosa, hoje sou capaz de correr mais do que corri no primeiro dia, hoje é diferente, é cada vez melhor. Já sei o que posso esperar de ti, fico naquela curiosidade, naquele nervosismo, naquela ânsia. Desejo que me beijes, desejo que me abraces, que me fales e respires ao ouvido e no fim desejo sempre mais um bocadinho.
Chegada a hora de ir embora, um pouco contrariados saímos de casa, já a saber que ‘acabou’, que ‘por hoje, é tudo’ mas na verdade isso não é assim tão mau. Afinal é o tempo que faz com que tudo aconteça, e se o tempo fez com que aquele bocado, que já chegou ao fim, acontecesse só temos de nos mentalizar que amanhã ou depois de amanhã, o tempo nos irá dar uma nova oportunidade, mais um bocado, mais umas horas, uns minutos, o que seja. O tempo vai chegar. Ele andou connosco até agora, ele faz com que haja um início, faz com que tudo esteja sempre a acontecer, faz com que cada dia seja mais um, faz com que tudo passe e com que algumas coisas fiquem, ele faz-nos felizes. Felizes ao ritmo dele, sempre ao ritmo dele, sempre acompanhados por ele. É ele que nos deixa a desejar, que nos obriga a esperar, e embora isso às vezes nos custe, vai sempre valer a pena, porque isso já depende de nós e se nós quisermos que seja deslumbrante, inesquecível e que valha realmente a pena nós conseguimos, e ele? Ele vai sempre ajudar-nos da melhor maneira, nisso!


quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Continuamos com aquela mania do “eu quero, posso e mando”. Fico com a sensação que perdemos um bocado a visão daquilo que é a realidade, acreditamos demais na facilidade daquilo que é complicado, tentamos sempre acreditar que é fácil quando é difícil.
Hoje eu acredito que, muita gente, até pode bater dez ou mais vezes com a cabeça na parede (sempre pelo mesmo motivo) que nunca vai aprender.
Quando dizemos que ‘nada é fácil’, será que acreditamos mesmo naquilo que estamos a dizer?
Eu penso que a vossa resposta seria “ para ter basta querer”, alguns se calhar até me diriam “não é fácil mas também não é difícil”. (se não é fácil, e se não é difícil é o quê?)
A cada dia que passa a vida apresenta-nos maiores dificuldades, posso dizer que agora, mais do que nunca, dar um passo é correr um risco para ajudar temos a inocência, que é um dos maiores problemas da nossa sociedade hoje em dia. Inocência de quem caminha e, até mesmo, de quem ensina a caminhar.
Eu posso dizer-vos que já quis muito uma coisa e, até hoje, nunca a tive.
Se calhar agora era a parte em que vocês, inteligentes, me falavam no futuro e no destino, era agora que me citavam frases que leram num conto de fadas ou ouviram no filme com final feliz. Era agora que te julgavas sábio/a e entravas com as tuas filosofias erradas e respondias segundo a mentira que está infiltrada em ti e que, infelizmente, vai crescendo cada vez mais.
Agora eu digo-vos, hoje, as palavras cruéis já não vos deveriam irritar, porque tu, tu que vives de mentiras provavelmente morrerás ao saber toda a verdade. Se ainda hoje não distingues o certo do errado, o bem do mal e a mentira da verdade quando acordares desse teu maravilhoso sonho e te deparares com um pesadelo destes, irás perder-te de ti mesmo.




sexta-feira, 21 de setembro de 2012


Eu sei que para lá deste céu negro, preenchido por nuvens ameaçadoras, tempestades aflitivas, chuvas e ventos fortes, existe um mundo melhor que este, existe o ‘lado bom’. Eu acredito na subsistência de um céu azul, limpo, onde paira o sol, onde os passarinhos se fazem ouvir emotivamente, onde as flores se encontram cheias de cor e de vida. Eu acredito naquele mundo que é o meu. Porque dentro de mim é como se o sol brilhasse, como se os passarinhos cantassem, como se as borboletas voassem. É que por fora até posso aparentar ser aquela pessoa flácida e/ou indolente mas por dentro… por dentro há qualquer coisa que me faz crer nesse mundo melhor. Talvez um ‘alguém’. Alguém que me dá vida, luz, inspiração. Alguém com uma capacidade enorme de me fortalecer, de me deixar no auge, alguém que me segura pra que eu nunca caia, alguém que caminha ao meu lado, que me aperta o atacador para eu não tropeçar. Alguém que cuida de mim, lindamente, alguém que me conhece verdadeiramente. Alguém como tu. Muito provavelmente tu, mesmo tu! 

Sofia.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012


Eu confesso que ao início tive medo, medo de começar uma nova viagem, uma nova etapa só porque o meu corpo pedia, o meu coração mandava e tu merecias. Pensei que seria realmente bom para os dois e que era isso que nos ia manter unidos, e foi, disso eu tenho a certeza.
 Foi tão bom que acabamos por adormecer imensas vezes nas nuvens, voamos juntos como dois pássaros livres. Deixamo-nos levar pelo vento, conhecemos bastante um do outro, demos conta de pormenores que apareciam ao longo da viagem. Tomamos conta do carinho que nos acompanhou e levamos o amor bem guardado nas nossas malas de viagem. Tudo era nosso, parecia mágico. Vimo-nos como nunca antes nos tínhamos visto, senti-me bem, confortável contigo e comigo mesma.
Mas as coisas boas não duram muito nem para sempre. Algum dia esta ida às nuvens teria que acabar e os pesadelos começar. São tudo fases da vida às quais, juntos, sempre conseguimos ultrapassar.
A aterragem foi sempre brusca e sempre o será. Sair do paraíso para voltar ao inferno é algo que nos custa imenso.  
A verdade é que temos a nossa maneira de continuar, de agir, de lidar com os problemas, Aquela maneira que torna as coisas mais fáceis e faz com que seja tudo ‘passageiro’ ou, pelo menos, com que tudo se pareça com tal.





quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Ainda estimo o vaso de rosas que me deste. Tomo conta dele como se ainda alguma coisa valesse a pena, como se ainda fizesse sentido tê-las comigo.
Todas as manhãs, depois do pequeno-almoço, faço questão de as tirar da varanda, traze-las até à cozinha e rega-las.
No meu ponto de vista acho que o que não fazia realmente sentido nenhum era se me tivesse desfeito das flores. Flores tão bonitas, tão desenvolvidas, tão queridas não podem pagar pelos nossos erros.
 Neste momento são flores como todas as outras, merecem o meu cuidado e a minha responsabilidade. Não representam nada de extraordinário nem sequer se distinguem das outras, neste momento todos os vasos são iguais, a terra é toda a mesma e a água, com que rego todos eles, não se distingue. Vem tudo da mesma torneira.
A única coisa que me vem à cabeça quando olho para elas é o simples facto de elas ainda conseguiram ser mais fortes do que nós, e ainda se aguentarem enquanto que nós… nós já nem sequer existimos.


domingo, 26 de agosto de 2012


Eram duas da manhã e eu continuava ali, praticamente imóvel, onde em mim só se encontravam em movimento os meus olhos, que abriam e fechavam em segundos, os dedos dos pés que, incontrolavelmente, não paravam de se mexer e as minhas mãos que seguravam o caderno e a caneta.
Calculei de imediato que esta noite iria ser passada em claro, normalmente é assim e a verdade é que assim foi.
Entretanto levantei-me da cama e direcionei-me para a cozinha onde fiz um chá que me aqueceu o corpo que ia arrefecendo ao longo da noite.
Quando voltei para a cama fechei o caderno, pousei-o na mesinha de cabeceira, tapei a caneta que pousara em cima do caderno e, logo de seguida, desliguei a luz. Quando pousei a cabeça na almofada aquele pensamento veio ao de cima.
A verdade é que já se passaram cerca de catorze horas e eu continuo a matutar no mesmo.
Mas a decisão já está tomada, esta vai ser uma semana de tempo e espaço. Vai ser uma semana passada longe, uma semana minha. Eu já arrumei as minhas roupas, neste momento os trapos encontram-se todos dobrados e organizados dentro de uma mala que irei carregar quando amanhã de manhã, bem cedo, sair de casa.
E já sabem, as chaves vão ficar no esconderijo do costume, debaixo do tapete da porta de entrada. Eu conto voltar ao fim de uma semana, ou melhor, no final desta semana.

Até lá,*





É como tudo, umas vezes queixo-me do frio e outras vezes do calor. Às vezes digo ter os pés gelados outras queixo-me de estar quente, umas vezes queixo-me da chuva outras vezes do sol que queima. Anda tudo de dia para dia, do dia para a noite as coisas podem perfeitamente mudar, tal como o humor de cada um. Há dias em que ‘acordamos com os pés de fora’ , chateamo-nos por coisas sem sentido. Insistimos nos problemas e arranjamos sempre maneira de os ter quando, na verdade, só sabemos dizer “não quero saber, farta de problemas estou eu, hoje não.”
Nesses dias fechamo-nos. Queremos sossego mas qualquer coisinha nos irrita. Estamos sensíveis a tudo e todos, as respostas são curtas e a vontade de fugir é mais forte do que nós. No máximo o que fazemos é trancarmo-nos no quarto mas mesmo assim os problemas surgem. Ou há algum ruido lá fora que incomoda, ou não conseguimos adormecer (…). Existem sempre defeitos a colocar.
Somos realmente seres problemáticos, e quando dizemos que é tudo aquilo que não queremos que aconteça a verdade é que conseguimos fazer com que tudo aconteça mais depressa.
" The road is long, we carry on
  Try to have fun in the meantime
  Come and take a walk on the wild side (...)"
Because "we were born to die"

sexta-feira, 24 de agosto de 2012


Eu sei que há qualquer coisa errada. Algo que não me deixa adormecer sem antes me revirar mil e uma vezes, alguma coisa que não me deixa sentir desde o inicio o sossego que o silencio daquele quarto me é capaz de oferecer, o conforto de sentir a minha cabeça na almofada e o meu corpo esticado na cama.
Há qualquer coisa que me inquieta, que me preocupa e me faz abrir os olhos segundos depois de os ter fechado. Qualquer coisa que não me deixa bem. Qualquer coisa que não me deixa descansada nem me deixa descansar.
É incrível como a nossa cabeça se enche de coisas desnecessárias, como criamos problemas onde eles não existem, como conseguimos ser tão cruéis até com nós próprios. Como o nosso estado espírito muda por coisas tão insignificantes. Como nos deixamos afetar por coisas tão desinteressantes, tão aborrecidas, como há coisas que conseguem tomar conta do meu sistema nervoso com uma facilidade que nem eu mesmo percebo e que lá no fundo até me surpreende. Nunca irei perceber como é que coisas tão pequenas, tão simples, tão básicas, tão horríveis conseguem ter assim tanto poder, como me conseguem tirar uma noite de sono.
Eu sei que somos nós que controlamos os nossos sentimentos mas admito que são muitas as vezes em que parece que perco todo o controlo.


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Sabes, há muito que te quero dizer que o muito que estou contigo é pouco para o muito que pretendo estar! 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Não entender "como" pode ser o mistério que faltava. Não saber o "porquê" pode ser um estímulo para a imaginação. A melhor forma de alimentar a nossa expectativa. O único meio de tornar o caminho uma aventura."     - Fernanda Gaona 

domingo, 19 de agosto de 2012


A Cinderela perde o sapato nas escadas, e continua a correr, eu não. O meu chinelo rebenta e eu caio.
A branca de neve adormece e para acordar é com um beijo nos lábios, beijo esse vindo de um príncipe, eu não. Eu desmaio e acordo com estalos na cara e com gritos de pessoas aflitas e no fim não tenho um beijo mas sim um copo de água com açúcar.
A princesa usa coroa, eu não. Uso uma bandelete de plástico na cabeça, para que o cabelo não me atrapalhe.
Coisas em comum? Não existem. É que eu até tenho um príncipe, como todas elas, mas em contrapartida o meu distingue-se do delas pelo simples facto de ser real. 


É aquela sensação de que o mundo desabou, se calhar por estar a chegar ao fim. Parece ter visto muita gente a desaparecer, cada um a correr, alguns já sem forças, exaustos, sem folego.Eu não sei porque, já um bocado por falta de energias e também por falta de vontade, fiquei para trás. Existiam coisas que me despertavam mais interesse, que me ocupavam a cabeça e que faziam querer sempre mais e melhor, então optei por dar prioridade a isso, inconscientemente.Digo isto porque agora que olho para trás dou conta dos erros, das decisões mal tomadas, das escolhas precipitadas e, lá está, inconscientes. Aceito o sentimento de culpa porque sei que a tive, sei que fiz mal.A verdade é que quando temos um contraste entre dois componentes da nossa vida, quando nos surge aquilo que realmente sonhávamos para nós o que, normalmente, fazemos é agarrar isso com todas as forças que temos e se for preciso deixarmos o resto. É óbvio que aquilo que julgamos ser o melhor também tem as suas desvantagens mas desde quando é que vamos perder tempo a pensar nelas? Afinal aconteceu, chegou, limitei-me a agarrar porque era realmente aquilo que esperava já há muito tempo. Todos temos essa tendência, não olharmos ao resto, parece que ficamos cegos e só vemos aquilo à nossa frente e embora, simultaneamente, quisesse outras coisas aquela era a principal, como já disse, tornou-se a minha prioridade. Com isso estraguei um bocado os meus planos, atrasei-me mas vou continuar e posso dizer que vou continuar, FELIZ


segunda-feira, 9 de julho de 2012


É verdade que gostava de saber se isto vai ser daquelas histórias «até que a morte nos separe», como se costuma dizer. Tenho uma certa curiosidade em saber se vai ser, realmente, um verdadeiro compromisso, em que todas as palavras que ambos digam sejam fiéis, que correspondam essencialmente ao que cada um de nós sente. Eu sinto e eu sei que temos, ainda, muito para dar. Tenho a certeza que isto pode ir muito mais longe, aliás isto pode ir até onde nós queremos, afinal: Basta querer, e querendo tudo se consegue. Sei que um dia um pode abandonar o barco, fazer com que esta viagem passe de dois, a um só passageiro, sei perfeitamente que um pode acabar com isto mas embora saiba disso tudo, sei o que somos agora e o que temos sido até aqui. Tanto sei do que sinto como sei do que sentes também, afinal é algo que não escondemos e que não tinha sentido nenhum esconder.
 Sei que pode acontecer, futuramente, negarmos tudo aquilo que temos dito até hoje, contradizer aquilo que hoje é mais sincero, mais puro, mais verdadeiro, mais adorável e, acima de tudo, mais desejado por nós. Podemos chegar a dizer que todas estas palavras que hoje dizemos um ao outro foram um erro, mesmo que não me acredite muito nessa estupidez sei perfeitamente que isso é uma possibilidade, independentemente de tudo.
Mas hoje, HOJE eu estou aqui. Estou aqui para te confortar. Todas estas palavras têm sentido de verdade. Este texto está repleto de amor, um sentimento que me percorre o corpo de uma maneira agressivamente fantástica. É de tal maneira bom que, embora às vezes custe, nos faz superar cada obstáculo, nos faz sorrir todos os dias ao deitar e ao acordar ou até mesmo, do acordar até ao deitar. Hoje é mais um dia, mais um dia a agradecer por, simplesmente, ter acontecido, por hoje ter a possibilidade de dizer que estou aqui, ao teu lado, para ti, para tudo, poder dizer que estamos juntos é muito bom, e poder ouvir-te dizer que me amas é maravilhoso. Obrigada por todo este tempo, obrigada por ainda cá estares, por ainda estares comigo, por me fazeres feliz de uma maneira tão especial, dessa tua maneira, com esse teu jeito. Obrigada por tudo! 

segunda-feira, 25 de junho de 2012




eu não me julgo superior, não me acho melhor, não me acho correta e muito menos perfeita. Eu, pura e simplesmente, aprendi a valorizar-me, aprendi a respeitar-me, a tentar ao máximo fazer por mim o que faço pelos outros. Eu cresci, não só em idade mas também em personalidade, em pessoa, em MIM! Eu sou eu, e   já há muito tempo, ou melhor, desde sempre. 
Parabéns Sara, parabéns, parabéns. É mais um nível, mais uma etapa, mais uma fase, mais um desafio, mais uma aventura, mais tudo. Parabéns por teres descoberto a felicidade da melhor maneira, da maneira como nunca antes tinhas conhecido. Parabéns por tudo! 
Parabéns por teres agarrado a vida com garra, energia, força, gosto, vontade, sentido. 

sábado, 23 de junho de 2012



O meu sótão é um tesouro cheio de mistérios. Esta é a nova relíquia que lá encontrei (;  

terça-feira, 19 de junho de 2012



"Um final de programa
Fim de madrugada
O aconchego na cama
A luz apagada



Umas poucas palavras
Dessas coisas simples
Que dizemos antes de dormir
De manhã
O bom dia na cama
A conversa informal
O beijo depois o café
O cigarro e o jornal " 

- É qualquer coisa que eu desejo, algo que eu adoro, algo que se anseia, algo que se guarda para o resto da vida!

quarta-feira, 13 de junho de 2012



E acredita, não digas não ao amor quando ele existe ou melhor, quando sabes que ele existe. Quando existem certezas, quando existe alguém que se preocupa contigo, alguém que te quer realmente bem e isso está à vista de toda a gente. Se assim for um dia o mais provável é não te sentires triste por teres dado um pontapé à tua própria felicidade.  

domingo, 10 de junho de 2012


Não podia dizer melhor. E isto que sirva de exemplo para todas as conversas alheias.
Pensar antes de falar nunca fez mal a ninguém, antes pelo contrário. Experimentem, a sério!

sábado, 9 de junho de 2012








Há uma linha que liga o passado com o presente, e esses com o futuro.
Há uma linha que tem os seus altos e baixos, uma linha que não é certa, onde as curvas se salientam pela sua grande abundância e as retas se apresentam mais dispersas.
É uma linha que distingue o mal do bem mas, quem nela anda, pouco ou nada saberá sobre isso acabando numa generalidade por se enfiarem de imediato no que lhes parece melhor e saírem de lá sempre pior ou então nem saírem, também é uma ‘opção’.
Não se trata de pessimismo, como sabem a realidade é muitas vezes ou sempre, a situação mais difícil de se enfrentar, é como se estivéssemos num quarto todo escuro e de repente o flash de uma máquina disparasse fortemente contra os nossos olhos.
A realidade também é assim, é fechar os olhos porque ninguém a quer ver, ninguém a quer sentir, ninguém quer levar com ela porque é difícil enfrentá-la. É como uma fotografia, quando não a queremos tirar ou não temos vontade para tal tapamos os olhos e/ou viramos a cara mas quando estamos dispostos a tira-la sorrimos e nem o flash nos afeta.
A realidade também é assim, depende da vontade que cada um tem para a viver, para a enfrentar, para a mudar consoante os seus gostos e apetites. É tudo uma questão de coragem e força de vontade, nunca ninguém disse que era ou seria fácil, aliás nada o é mas, o que é que fazemos quando queremos mesmo uma coisa? Lutamos não é? Então se queremos que a realidade seja algo com mais sentido, mais motivos para sorrir, que seja melhor, que nos agrade mais trabalhamos para isso, lutamos, conquistamos é assim que a vida foi feita então é assim que a temos de viver. Superar ou tentar superar todos os obstáculos, atravessar todas as vírgulas que nos são colocadas e continuar, simplesmente continuar, se o nosso objetivo é chegar a algum lado, só temos que nos concentrar em dar continuidade a isso, ao caminho para depois se poder dizer: “consegui” e passar para o próximo.
Tudo depende do nosso estado espírito, e como podem ver ser pessimista não complica as coisas, antes pelo contrário, ajuda porque é com este tipo de pensamentos que eu me concentro em conseguir melhor, sempre mais, é lá que eu vou buscar as minhas forças e doses de ignorância para que as coisas más ou de baixo nível não afetem em nada no meu caminho e para que a minha linha, depois de cada curva, tenha sempre uma reta.





Eu não sei se será um problema ou se não, eu só sei que a partir do momento em que os nosso corpos se sentam lado a lado naquele sofá já familiar, se calhar bastante familiar, eu perco-me de mim, eu mudo, eu não sou a mesma. Eu sou aquela pessoa que desconhecia ser, eu sou para mim a pessoa mais estranha do momento. Cada toque, cada gesto, cada palavra ou não palavra, em cada minuto de silêncio eu deixo de ser eu, e passo a ser alguém.
É uma queda que tens para me deixar assim, completamente fora de mim, fazeres com que eu seja aquela pessoa que nunca fui mas que me deixa com uma vontade enorme de me conhecer, de a ser de novo, de viver mais um bocado da minha vida sendo eu aquela personagem que fui naquela tarde, naquele sofá, durante aquelas três ou quatro horas.
Despertares em mim uma quantidade de sensações, das quais algumas impossíveis de controlar, ir ao mais profundo de nós, buscar sempre mais qualquer coisa, fazer sempre uma nova descoberta, ir até ao limite, pode-se dizer que é mesmo pisar o risco mas nunca passando para o outro lado, nunca mudando de margem.
Ouvir-te a respirar ao meu ouvido e ouvir cada batida do teu coração, enquanto a minha cabeça repousa sob o teu peito é uma dádiva. O desenvolver das coisas é qualquer coisa de extraordinário, a minha única preocupação são as horas, é mesmo o facto de ter de procurar o relógio constantemente porque quando chega a minha hora, embora estejamos perdidamente malucos, sou obrigada a abandonar o momento, despedir-me e ir-me embora, o problema está aí em ter de deixar mas não conseguir. Em todas as semanas ter de arranjar uma desculpa diferente para justificar o atraso. Todas as semanas se atira areia para os olhos de quem já foi jovem, de quem já sabe como as coisas funcionam e imaginam como será quando estamos os dois na mesma casa, durante quase toda a tarde.  
Isto é amor, é normal perdermo-nos no tempo, pensarmos que ainda podemos aproveitar mais um ou dois minutos em cima da nossa hora, saber que falta muito pouco mas tentar que esse pouco dê para muita coisa e é aí que as coisas se desenvolvem não de propósito mas desenvolvem-se. Podia dizer que é uma coisa parva porque durante toda a tarde eu olho para o relógio e ao ver que ainda falta uma hora as coisas vão mais devagar, são mais lentas e quando está na hora pensa-se que tudo tem que acontecer e, embora saibamos que não é naquele curtíssimo espaço de tempo que tudo vai acontecer, preferimos sempre arriscar ficando por lá mais uma hora até ao próximo autocarro.
Depois pousar o pé no chão é já uma melancolia, passar para o outro lado do portão, atravessar a rua é algo bastante nostálgico.
Não dá para acreditar, não dá, depois só nos resta ficar a desejar durante toda a semana para que chegue, de novo, o nosso dia, o nosso lindo dia.

segunda-feira, 4 de junho de 2012


A felicidade está em nós, está no que dizemos e fazemos, está no que temos e no que somos.

A felicidade não provém totalmente dos outros como a maioria das pessoas pensa. Isso são crenças que as pessoas infelizes usam, é a tese defendida pelas pessoas obcecadas.
Sim, existem pessoas que acreditam completamente nisso e que pensam que esse é o problema, ou seja, são pessoas convictas de que o problema está nos outros e não nelas. O outro lado é que estragou tudo, o sentimento de culpa provém unicamente de lá e nem sequer poem em causa o facto de ser, um bocadinho que seja, distração delas mesmas.
Não! Isso não é importante, isso na sua consciência não passa de uma maneira de se rebaixarem a si próprios. Nas suas cabeças imundas assumir erros é, provavelmente, uma atitude demasiado fraca, é algo que não fica bem em contexto nenhum e é aquilo que nunca pode acontecer porque, como já disse, a culpa é somente dos outros e a hipótese de terem agido mal também é uma questão que nem se pondera.
Deste modo essas pessoas vão continuar a insistir nessa ideia absurda. Esta vai ser a única perspetiva delas e, assim, as coisas vão ser sempre iguais. Todas as histórias vão ser um aborrecimento, uma chatice, todos os «mal entendidos» vão permanecer assim, vão ficar por resolver e assim a vida vai ser uma “miséria”, e até mesmo uma merda mas pode ser que um dia, pelo menos algumas dessas pessoas, assentem os pés na terra e percebam que os problemas não derivam exclusivamente dos outros mas sim delas, e que não entender isso foi desde sempre o grande problema e talvez o único. 


quarta-feira, 30 de maio de 2012


duas pessoas



dois corações


uma quantidade de sentimentos


um grande amor


um dos muitos objetivos


sete meses maravilhosos.




Todas as manhãs, bem cedinho passa uma rapariga para a paragem do autocarro, de mochila às costas, ainda um bocado a dormir, de braços cruzados e olhos voltados para o chão.
A paragem localiza-se ao fundo da rua e ela passa sempre cinco minutos antes do autocarro chegar e, por norma, quando lá chega já está lá alguma gente, gente jovem, da mesma classe etária.
Quando começa a ouvir a buzina da camioneta a rapariga olha para o relógio então faltam os habituais dois minutos para que essa mesma chegue à paragem onde está a rapariga, e nesses dois minutos acontece que ela olha para o cimo da rua e vê o ‘famoso’ vizinho a sair de casa, a apertar a camisa e a arranjar as calças, enquanto espera que a mãe tire o carro da garagem o que é, normalmente, muito rápido. Entretanto o carro começa a descer a rua, em direção á paragem e quando passa os olhares cruzam-se, nunca sabendo o que aquilo é, sabendo só que a partir dali vão andar em direções contrárias, vão de costas voltadas um para o outro. Depois de se verem a distanciar cada vez mais, sempre em direções contrárias só amanhã é que se voltam a ver, só amanhã é que vão ter a certeza de que ambos regressaram, ambos voltaram, independentemente de se verem partir todos os dias, de se separarem sempre da mesma maneira.
O melhor de tudo é que esse olhar é o que os acorda todas as manhãs, é o que faz com que o dia deles comece, sempre de uma maneira suave, diferente mas, muito provavelmente, a melhor de todas.

terça-feira, 29 de maio de 2012

“Ficas comigo amanhã de manhã?” Obrigado, obrigado por me fazeres sentir útil, por estares sempre lá, por um simples olhar perceberes como estou, por tudo o que te tornas-te até hoje, pelo que transformas-te em nós. Por preferires a minha companhia, por me escolheres a mim, por valorizares o que sou, o que temos, e o que somos em conjunto, por confiares em mim tal como eu confio em ti, por guardares segredo, POR TUDO!

domingo, 27 de maio de 2012

É estranho quando se sabe onde se está mas não se sabe onde se anda. É completamente irritante querer descobrir, querer saber mas não conseguir. Abrir os olhos e ver que tudo está em total movimento giratório, movimento esse bastante rápido que faz com que não nos consigamos manter de pé, é algo que nos deixa de tal maneira sem controlo, sem equilíbrio. Hoje deito-me e vejo isso. É algo tão real que até mesmo quando fecho os olhos para adormecer, para descansar sinto que a cama está numa tremenda rotação que parece mesmo que vá cair. Quando me levanto vou contra as paredes, vou tonta. Aí, eu sento-me no chão e grito, grito de desespero, de angústia, de nervos. Desta forma só me ouve quem realmente se preocupa, quem realmente se importa comigo. Depois do grito vem as lágrimas, e simultaneamente um “ai” ou outro já quase que abafados, com aquele tom mesmo de libertação, de leveza. Depois vou com o vento, uns dias com maior precipitação para Norte, outros para Sul, uns mais virada para um lado do que para o outro e noutros, noutros já é ao contrário mas esse acaba por me trazer às origens, acaba por me fazer voltar, voltar ao que era, regressar a mim, ao meu perfeito juízo. Sem que ninguém me diga o que tenho ou o que deva fazer, vou simplesmente agir conforme o que sou, segundo o que me parece mais certo, o melhor. Não vou esperar que alguém me venha dar apoio, falar-me de todas as minhas qualidades, dita-las a todas como se isso fosse o mais importante, vou sim sozinha, dar conta dos meus defeitos e tentar emendar os erros que com eles cometi porque antes de os outros nos conhecerem devemos nós ter conta de tal conhecimento, até porque há coisas em nós que os outros não vêm.

sábado, 26 de maio de 2012

Acho que todos somos ensinados da mesma maneira. Numa generalidade os pais dizem aos filhos: “se queres ser respeitado, respeita os outros”. Todos já devemos conhecer esta típica frase, este famoso conselho. Às vezes tentamos respeitar aqueles que não nos respeitam para ver se é possível que exista alguma consideração por nós mas isso nem sempre acontece. Em contraposição uns exigem ainda mais respeito, acham insuficiente a nossa «boa educação» ou melhor, não a acham assim tão «boa» então pedem mais e melhor. A favor de algumas dessas pessoas insatisfeitas está a idade. Normalmente dizem para respeitarmos especialmente os mais velhos, dar-lhes a eles mais atenção. Acho justo, acho perfeito, acho ideal até porque realmente as noticias que ultimamente passam na tv não são as mais agradáveis e saudáveis, são mesmo capazes de nos deixarem emocionados quando lemos ou ouvimos alguns desses comentários desagradáveis. O problema é que pedir é realmente muito fácil mas retribuir é complicado. Exigir é aos outros, exigir alguma coisa de nós mesmos? Nem pensar. Pedem-nos para falar baixo mas falar baixo para nós? Nunca. A razão está sempre a seu favor a culpa vem dos outros. A nós dizem-nos sempre: «Tenham paciência, são velhos, sabem como é. São difíceis, são chatos, isso passa-lhes. Tenham calma!» E a eles dizem: «não era preciso mas não me vou meter, não é nada comigo, você lá sabe!» Agora eu pergunto-me: para quê tanto respeito, tanta atenção, tanta generosidade, tal solidariedade, tal bondade se nós que fazemos e damos tudo isso é que somos os maus da fita? Para quê tantas exigências, tantos pedidos se a retribuição é dada com sete pedras na mão? Não vale a pena, já sei que não.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

E a vida não é uma merda, tu é que és uma merda porque não a sabes viver. Não lhe dás o devido valor. A vida não existe para te fazer a vontade, tu é que existes para lhe fazeres a vontade, para seguires de acordo com os sentidos que ela te dá, na direção que ela te leva, e mais... uma vez que é impossível andar para trás não percas tempo a olhar para o passado, esse já passou. Não te desculpes agora pelas más ações, pelos erros já os cometes-te agora tenta é fazer melhor, sempre melhor. Deixa de ser hipócrita e invejar os outros, preocupa-te contigo, caminha na tua estrada que os outros caminham na deles e pode ser que um dia, inesperadamente, alguém se cruze no teu caminho e caminhe contigo e pode ser que nessa altura já tenhas crescido e saibas dar valor ás coisas quando elas aparecem e não depois de elas se irem embora. Se és assim tão crescida como dizem, pelo menos, mostra-o.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Olha para trás. Volta àquela fase da vida onde os teus desejos eram ter aquela boneca nova e ter a casa e o carro da barbie. Onde dizias que quando fosses grande querias ter uma casa enorme com uma piscina igualmente grande, onde a vaidade era só andar com uns brincos (fracos) e um ou outro anel nos dedos. Naquele tempo a maquilhagem era a junção de uma variedade de sombras, todas elas de cores diferentes, no mesmo olho e onde uma das melhores coisas que podia existir era andar com os sapatos de salto alto das mães. Naquela altura estar apaixonado/a era uma coisa do outro mundo e onde vir da escola, a pé, com a avó que nos levava a mochila era uma sorte. Aquele tempo em que passear era sair com os pais e onde tudo aquilo que não fosse brinquedo ou motivo de brincadeira não nos servia de nada e onde uma das piores coisas era ter de deixar de brincar para ir dormir. Agora olha para a frente… volta á realidade. Agora brincar já é algo sério, onde em qualquer tipo de brincadeira temos de estar atentos para que não sejamos usados como brinquedos, para que não façam connosco que que faziam com bonecos. Hoje os nossos desejos são: saúde, felicidade e amor. As roupas e calçados de marca são a nossa vaidade e, em alguns dos casos, a nossa sorte. Hoje uma rapariga é bonita com base na cara e deixar que a sua simplicidade marque a diferença é um ato de coragem. Hoje estar apaixonado é uma fantochada e namorar é a melhor brincadeira de sempre. Uma das melhores coisas é ter alguém que nos dê atenção e ter alguém que nos ame de verdade é um milagre; ir para a escola é uma treta. Agora passear é ir para a noite com os amigos e ir a algum lado a pé é uma maçada. Hoje tudo que não seja brincadeira é, na mesma, motivo para brincar. Assuntos delicados e cumprir regras é para fracos. Hoje, dormir é a melhor coisinha do mundo!