"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

segunda-feira, 14 de março de 2016

"Antes refém do que vazio, não é?(...)"
      Há dias em que sinto que realmente acordámos para não ganhar nada, apenas para perder (e, por vezes, muito). Hoje posso dizer que ganhei unicamente o meu lugar ao sol! Aquele lugar que tanto estimo, na cidade da minha vida, voltada para o rio e para o céu que tanto adoro!
Mas perdi. Sinto que perdi um bocadinho de mim, um bocado tão pequeno em mim mas que, afinal, já em muito me preenchia! Tenho pena que a vida assim seja connosco e, também por isso, temo o futuro. Mas sempre na esperança que o amanhã será melhor, mais rico, mesmo tendo a perfeita noção que tudo se irá acabar por perder um dia! A vida é mesmo assim, dá tudo o que um dia se perderá, e isto é tão certo como a morte!
      Pior do que isso, só mesmo ter-te ao meu lado e não te poder sentir! Não poder sentir o abraço e o beijo que fazem falta em dias assim. Isso é como sentir a morte a correr-me pelo sangue, é precisar de te pedir socorro e vida. Preciso que me salves do abismo, do aborrecimento e da tristeza, como o sabes fazer, com essa maneira tão sublime, esses gestos tão leves e suaves, e esse corpo quente que me prende.

Bastava-me a tua mão na minha e eu já me sentiria segura. Mas não, estás tão longe, tão fechado em ti, que me sinto inútil por não te poder trazer de volta a mim, com medo que me leves a mal.
      Mas uma coisa eu queria, que um dia viesses olhar o rio e o céu comigo, neste meu lugar ao sol, o qual teria todo o gosto em partilhá-lo contigo! 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016


"Não penses no que queres fazer. Pensa, isso sim, no que queres sentir. Não é o acto em si que procuras: é aquilo que esse acto te traz"

   Precisava de falar. Melhor, precisava de te falar. Precisava de te contar tudo sobre mim, tudo aquilo que ainda não sabes, e até aquilo que já sabes! Precisava de me revelar, de te falar como nunca antes me ouviste a falar. Precisava que aqui estivesses. Sim... Aqui e agora! 
Este quarto podia ser tão mais quente se aqui estivesses, e esta cama tão mais confortável se o teu corpo estivesse aqui deitado, bem encostado ao meu! Eu deixava que ficasses com a minha almofada, e eu ficava com a cabeça deitada sobre o teu peito! Fazia questão de adormecer abraçada em ti, de sentir as tuas mãos a abraçar-me a anca, e ficava a ouvir! Ouvir a tua respiração, enquanto me arrepiava completamente de satisfação e de pura felicidade!

   Precisava que me dissesses a verdade! Que falasses abertamente comigo sobre aquilo que te corre nas veias, aquilo que te passa pela cabeça e aquilo que te preenche o coração! Mas, se não quisesses falar, não falávamos! Fazíamos como temos feito até agora: éramos felizes. Só isso! Deixávamos que os beijos, os abraços e tudo o resto, falassem por nós! Mas passavas a noite comigo, porque eu continuo a precisar de ti, aqui e agora!