"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

segunda-feira, 5 de março de 2012


Eu tenho um pé que anda sempre atrás.
Quero com isto dizer que sei o que é confiar e sei fazê-lo. Sei e acredito em muita coisa, mas é impossível acreditar em tudo.
Desculpem mas não dá.
Estou pronta para novas oportunidades, quero novas experiências, quero aventurar-me de novo mas não quero ver as coisas como sendo fáceis, se elas não são.
Acho que é uma maneira de me induzir em erro desnecessariamente. Se sei que isso não é saudável porquê que me vou tramar?
Eu quero e tento acima de tudo acreditar e confiar em mim, e isso ajuda-me. Se sei que é mau para quê que vou adquirir?
Ás vezes escorregamos. Deslizamos em coisas tão parvas, tão óbvias que no final acabamos sempre por dizer como é que foi possível isto ter acontecido? Como é que eu deixei?!
Vês? Porquê confiar 100% nos outros se nem nós mesmos confiamos no que fazemos, no que vamos fazer, no que acontece ou que havemos de fazer acontecer?
Como é que eu posso sentir-me segura numa pessoa se ás vezes nem estou segura comigo mesma?
Por muito que te diferencies no meio de qualquer outro, por muito que confie em ti, por muito que acredite no teu sim, acredito também que existe um não.
Marcas a diferença em mim, mas não deixas de ser humano como qualquer outro. Sendo humano também erras, também cais, também desapontas, também tens direito de falhar, e não vou condenar ninguém por isso, só quero com isto que percebam a minha insegurança. Não sou nem nunca fui de ferro, por isso tento ao máximo fazer com que nada de mal me aconteça. Com que não me magoem sempre.
Há coisas que podemos prevenir, se o fizeres a probabilidade de saíres a ganhar é maior do que a probabilidade de saíres mal e a perder. Tenta, pelo menos uma vez na vida. Não é por isso que vais passar por ser desconfiada(o) ou fraco, cada um vê as coisas da maneira que quer, mas também vais ter alguém que te entenda, que te apoie e que te ajude.
Não tens nada a temer.

domingo, 4 de março de 2012


Hoje começou um novo dia, sim mais um. Um estranho. Cheio de comemorações, sentimentos e emoções.
Hoje faz anos que partiste, e como já disse: já lá vão cinco anos, e ainda me parece que foi ontem.
Sabes? Lembro-me perfeitamente, estava um dia assim, até pior. O céu estava mais cinzento, e a chuva era mais. Hoje há qualquer coisa aí em cima que está a brilhar, e eu tenho quase a certeza que és tu!
És não és?
Eu sei que tu me estás a ver. Estás a ver-me a chorar enquanto escrevo.
Eu estou a escrever-te, e tu estás a ler desde que comecei. Eu não quero que estejas sentada ao meu lado, quero que estejas aí, porque eu sei que aí é possível, aqui não, e sinceramente é melhor para mim. Tenho medo, e tu sabes disso. Tu estás todos os dias comigo, e sabes bem o que é para mim estar sozinha em casa, e sabes porquê que isso acontece. Sabes que és tu!
Conheces-me desde pequenina, sabes perfeitamente a piegas que eu sou, a menina medricas que cresceu mas que continua a mesma cobarde de sempre. Já andas-te comigo ao colo imensas vezes, tu sabes bem, e eu sei que nem precisava de dizer nada porque tu estás atualizada de tudo e tens sido a primeira a saber das coisas. Disso eu não tenho duvidas.
Será que sentes tantas saudades como eu? Será que choras por mim, como eu choro por ti ou será que choras comigo?
Se calhar estás fartinha das minhas lamechices, de me ver a chorar, mas sabes que me custou e que me custa. Sabes que não é por ser o dia que é, mas sim por seres tu! Sabes que isto dói. Independentemente de já terem passado cinco anos não deixa de ser ‘fresco’. Parece-me tudo muito recente, as feridas não saram. E quando eu olho para ti? Quando eu olho para ti dá-me ainda mais vontade de te ter aqui.
Queres saber uma curiosidade? Aliás já te deves ter apercebido, mas deixa-me contar-te: estou completamente surpreendida com isto. Eu desde o inicio, e até mesmo antes de partires eu sabia que ia sentir muito, mas nunca pensei que fosse tanto. Era uma relação muito boa, mas podia ser ainda melhor. Eras a segurança em cada passeio, eras quem me dava a mão, quem me levava ao colo no carro só para que eu pudesse ir na janela com o meu «vira-vento». Lembras-te do lanche que fazias para nós todos, quando nos ias buscar á escola? O entusiasmo com que comíamos aquilo. Lembras-te da canção que cantavas enquanto limpavas, e fazias a tua vida de casa? Lembras-te que nós nos riamos sempre dessa canção? Fazias-nos tão bem, tão felizes!
É sempre assim, quando perdemos as pessoas é quando vemos o VERDADEIRO valor das coisas. Eu já tinha uma ideia de tudo, de tudo o que era e de como ia ser nesta ocasião, mas é sempre mais do que o que pensamos.
Eu sinto isto tudo, mas sinto que estás comigo, sempre. E estás mesmo.
És motivo suficiente para me deixar a chorar, basta dizer ou ouvir a palavra: avó.
Tu cravas-te bem a tua marca, tu tens o teu significado. Tu tens imenso de mim, tu tens o lugar. Tu és tu. Tu és o que foste até agora, tu fazes-me falta!