Eram duas da manhã e eu continuava ali, praticamente imóvel,
onde em mim só se encontravam em movimento os meus olhos, que abriam e fechavam
em segundos, os dedos dos pés que, incontrolavelmente, não paravam de se mexer
e as minhas mãos que seguravam o caderno e a caneta.
Calculei de imediato que esta noite iria ser passada em
claro, normalmente é assim e a verdade é que assim foi.
Entretanto levantei-me da cama e direcionei-me para a
cozinha onde fiz um chá que me aqueceu o corpo que ia arrefecendo ao longo da
noite.
Quando voltei para a cama fechei o caderno, pousei-o na
mesinha de cabeceira, tapei a caneta que pousara em cima do caderno e, logo de
seguida, desliguei a luz. Quando pousei a cabeça na almofada aquele pensamento
veio ao de cima.
A verdade é que já se passaram cerca de catorze horas e eu
continuo a matutar no mesmo.
Mas a decisão já está tomada, esta vai ser uma semana de
tempo e espaço. Vai ser uma semana passada longe, uma semana minha. Eu já
arrumei as minhas roupas, neste momento os trapos encontram-se todos dobrados e
organizados dentro de uma mala que irei carregar quando amanhã de manhã, bem
cedo, sair de casa.
E já sabem, as chaves vão ficar no esconderijo do costume,
debaixo do tapete da porta de entrada. Eu conto voltar ao fim de uma semana, ou
melhor, no final desta semana.
Até lá,*
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