"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

domingo, 26 de agosto de 2012


Eram duas da manhã e eu continuava ali, praticamente imóvel, onde em mim só se encontravam em movimento os meus olhos, que abriam e fechavam em segundos, os dedos dos pés que, incontrolavelmente, não paravam de se mexer e as minhas mãos que seguravam o caderno e a caneta.
Calculei de imediato que esta noite iria ser passada em claro, normalmente é assim e a verdade é que assim foi.
Entretanto levantei-me da cama e direcionei-me para a cozinha onde fiz um chá que me aqueceu o corpo que ia arrefecendo ao longo da noite.
Quando voltei para a cama fechei o caderno, pousei-o na mesinha de cabeceira, tapei a caneta que pousara em cima do caderno e, logo de seguida, desliguei a luz. Quando pousei a cabeça na almofada aquele pensamento veio ao de cima.
A verdade é que já se passaram cerca de catorze horas e eu continuo a matutar no mesmo.
Mas a decisão já está tomada, esta vai ser uma semana de tempo e espaço. Vai ser uma semana passada longe, uma semana minha. Eu já arrumei as minhas roupas, neste momento os trapos encontram-se todos dobrados e organizados dentro de uma mala que irei carregar quando amanhã de manhã, bem cedo, sair de casa.
E já sabem, as chaves vão ficar no esconderijo do costume, debaixo do tapete da porta de entrada. Eu conto voltar ao fim de uma semana, ou melhor, no final desta semana.

Até lá,*


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