"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Ainda estimo o vaso de rosas que me deste. Tomo conta dele como se ainda alguma coisa valesse a pena, como se ainda fizesse sentido tê-las comigo.
Todas as manhãs, depois do pequeno-almoço, faço questão de as tirar da varanda, traze-las até à cozinha e rega-las.
No meu ponto de vista acho que o que não fazia realmente sentido nenhum era se me tivesse desfeito das flores. Flores tão bonitas, tão desenvolvidas, tão queridas não podem pagar pelos nossos erros.
 Neste momento são flores como todas as outras, merecem o meu cuidado e a minha responsabilidade. Não representam nada de extraordinário nem sequer se distinguem das outras, neste momento todos os vasos são iguais, a terra é toda a mesma e a água, com que rego todos eles, não se distingue. Vem tudo da mesma torneira.
A única coisa que me vem à cabeça quando olho para elas é o simples facto de elas ainda conseguiram ser mais fortes do que nós, e ainda se aguentarem enquanto que nós… nós já nem sequer existimos.


2 comentários:

  1. Obrigada :)
    Gostei muito. Ainda me pergunto porque é que por vezes não nos desfazemos das coisas que nos prendem a alguém, quando esse alguém já não faz parte da nossa vida.

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