"Falar sem aspas, amar sem interrogações, sonhar com reticências, viver e ponto final."

quinta-feira, 22 de março de 2012


Nós somos assim e assado. Ao mesmo tempo que agradamos uns, desapontamos outros. Enquanto há um motivo para sorrir, existem mil para chorar. Enquanto uns nos seguram, outros fazem o favor de nos atirar ao chão. Enquanto uns morrem, outros nascem e vivemos disto.
Vivemos de «sins» e de «nãos».
Somos tipo peixes, nadamos num lago e cada vez que avistamos alguma coisa á superfície dirigimo-nos até lá, com a intenção de matar a fome mas às vezes o que nos parece ter melhor aspeto é o que tem o recheio mais desconsolado. É o que nos deixa com um sabor amargo na boca e nos tira toda a energia e vontade de continuar. Deixa-nos completamente ‘moles’, abatidos, fracos. É como se nos destruísse por dentro. Ficamos completamente vazios e insatisfeitos.
Não existem medicamentos capazes de curar tal doença. A fragilidade não tem cura. Talvez sejamos demasiado sensíveis e nesta altura do campeonato já devemos estar preparados para isto e muito mais. Vamos, muitas vezes, ter de engolir coisas a seco e isso nunca nos vai cair bem.
Chega uma altura em que o estômago já não aguenta mais e nós, só de sentir o cheiro, perdemos logo o apetite, ficamos logo mal dispostos, enjoados, esfomeados mas ao mesmo tempo sem vontade para comer.
Não entra mais porcaria. Estou cheia.
É preciso estabelecer um controlo sobre nós próprios. Não fomos feitos com sensores portanto temos de estar atentos, só nós nos podemos aperceber do perigo porque não temos nada que nos alerte para tal. Temos de estar com mil olhos postos no caminho, ter cuidado com as coisas que nos parecem demasiado fáceis ou simples, por trás disso há sempre uma armadilha.

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